Três astronautas chineses decolam rumo à estação espacial Tiangong

A China lançou nesta quinta-feira (17) mais uma missão tripulada ao espaço, reforçando sua ambição de se tornar uma potência espacial. O foguete Longa Marcha-2F decolou da base de lançamento de Jiuquan, no deserto do noroeste do país, levando três astronautas rumo à estação espacial Tiangong, onde permanecerão por seis meses.
A missão Shenzhou-20 representa mais um passo estratégico do programa espacial chinês, que tem recebido investimentos bilionários ao longo dos últimos anos. O governo de Pequim, sob liderança do presidente Xi Jinping, trata a exploração espacial como parte central do chamado “sonho espacial chinês”, que inclui metas ousadas como uma missão tripulada à Lua até o fim da década e a construção de uma base lunar.
A tripulação é comandada por Chen Dong, de 46 anos, ex-piloto de caça e veterano em voos espaciais. Ele já acumulou mais de 200 dias em órbita, sendo o primeiro astronauta chinês a alcançar essa marca. Ao seu lado estão dois novatos: Chen Zhongrui, de 40 anos, ex-militar da força aérea, e Wang Jie, de 35 anos, engenheiro de tecnologia espacial.
Antes do lançamento, centenas de pessoas se reuniram próximas à base para saudar os astronautas, empunhando bandeiras chinesas e flores. Uma banda tocou marchas militares enquanto os tripulantes, vestidos com trajes espaciais brancos, acenavam para a multidão. “Desejamos sucesso!”, gritaram os presentes em coro.
Durante a missão, os astronautas realizarão experimentos científicos nas áreas de física e biologia, além de instalar dispositivos de proteção contra detritos espaciais. Pela primeira vez, também levarão planárias — vermes aquáticos conhecidos pela habilidade de regeneração — para estudos em microgravidade. Estão previstas ainda caminhadas espaciais e manutenções na estrutura da estação.
A estação espacial Tiangong, cujo nome significa “palácio celestial”, é a grande vitrine do programa espacial chinês. Desde 2011, o país está excluído da Estação Espacial Internacional devido a restrições impostas pelos Estados Unidos, o que levou Pequim a investir no desenvolvimento de uma estação própria, hoje operada por rodízios de equipes a cada seis meses.
A China também busca expandir a cooperação internacional em sua estação. Em fevereiro, assinou um acordo com o Paquistão para levar o primeiro astronauta estrangeiro à Tiangong. De acordo com a agência espacial chinesa, dois candidatos paquistaneses já foram selecionados para iniciar treinamento em solo chinês.