Sonda da ESA fotografa Deimos durante sobrevoo em Marte

Deimos, a lua de Marte, surge escura com o planeta iluminado ao fundo. (ESA)

A missão Hera, da ESA, realizou um sobrevoo em Marte em 12 de março de 2025, aproveitando a oportunidade para capturar imagens do planeta e de sua lua Deimos. Essa foi a primeira vez que a espaçonave utilizou seus instrumentos científicos fora da órbita da Terra e da Lua. Lançada em outubro de 2024, Hera tem como destino o sistema de asteroides Didymos, onde estudará Dimorphos – o primeiro corpo celeste a ter sua trajetória alterada por intervenção humana, graças à missão DART da NASA em 2022. O objetivo da missão é aperfeiçoar estratégias para desviar asteroides que possam representar risco à Terra.

Durante o sobrevoo, cuidadosamente planejado pela equipe da ESA, a sonda passou a 5000 km de Marte, usando sua gravidade para corrigir o curso e economizar combustível. Ao se aproximar a 1000 km de Deimos, Hera registrou imagens detalhadas do lado menos conhecido da lua marciana. Pequena e coberta por poeira, Deimos tem 12,4 km de diâmetro e sua origem ainda é incerta – pode ser um fragmento ejetado de Marte após um grande impacto ou um asteroide capturado.

Três dos instrumentos científicos da Hera foram ativados para analisar Deimos. A câmera de alta resolução forneceu imagens para navegação e estudo da superfície, enquanto o sensor hiperespectral identificou a composição mineral por meio de 25 bandas espectrais. Já o imageador térmico, desenvolvido pela JAXA, mapeou a temperatura da superfície, fornecendo dados sobre sua estrutura e composição. Segundo os cientistas da missão, os instrumentos demonstraram desempenho superior ao esperado.

Além de complementar as observações da sonda Mars Express, da ESA, os dados coletados por Hera serão úteis para a missão Martian Moons eXploration (MMX), que pretende estudar as luas de Marte e trazer amostras de Phobos para a Terra. Agora, Hera segue sua jornada rumo a Didymos, com chegada prevista para dezembro de 2026, quando iniciará uma investigação aprofundada do sistema de asteroides e contribuirá para o avanço da defesa planetária.

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