O Microlançador Brasileiro (MLBR) concluiu com sucesso a Critical Design Review (CDR), etapa fundamental que valida o projeto completo do foguete e autoriza o início da sua construção. Essa revisão segue padrões internacionais utilizados em programas espaciais complexos e confirma que o sistema é seguro, viável e atende aos requisitos da missão. A Cenic Engenharia, responsável pela liderança do projeto, destacou que a aprovação marca um avanço técnico importante para o setor espacial brasileiro, reforçando o compromisso com a excelência e a soberania nacional no acesso ao espaço.

Com previsão de lançamento para 2026, o MLBR terá 12 metros de altura, 1,1 metro de diâmetro e capacidade para transportar até 30 kg de carga útil em órbita baixa. O foguete será movido por três motores de propelente sólido e passou por ajustes desde a fase de projeto preliminar (PDR), com melhorias na estabilidade e controle em voo. Também houve um leve aumento de massa para ampliar a capacidade de combustível, o que resultará em melhor desempenho na inserção orbital.

Durante a CDR, alguns sistemas já apresentaram nível de maturidade superior ao esperado, como os de telemetria e o sistema de navegação inercial (SNI), cujos modelos de qualificação foram testados com sucesso e já estão prontos para uso. Um dos destaques foi a integração entre o SNI-GNSS e o Computador de Missão (CDM), responsável por tomar decisões autônomas em voo com base em dados dos sensores, assegurando precisão, estabilidade e segurança.

A próxima fase será a Systems Qualification Review (SQR), que irá avaliar a prontidão dos principais subsistemas do lançador. Estão previstos testes como os “tiros em bancada” para os motores, que verificarão o empuxo, a resistência dos materiais e o desempenho térmico sob condições reais. Além disso, serão realizados ensaios ambientais e de compatibilidade eletromagnética para garantir que os sistemas eletrônicos suportem as exigências físicas e interferências durante o voo.

O MLBR é um projeto estratégico que busca consolidar a indústria aeroespacial nacional, com foco em missões científicas e lançamento de pequenos satélites. Financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), o programa reúne empresas brasileiras de base tecnológica como Cenic Engenharia, ETSYS, Concert Space, Delsis e Plasmahub, além de parceiros como Bizu Space, Fibraforte, Almeida’s e Horuseye Tech. O projeto simboliza não apenas um avanço técnico, mas também um passo firme na construção da autonomia brasileira no setor espacial.