Europa Clipper faz manobra em Marte para alcançar lua gelada de Júpiter

Ilustração: (NASA/JPL-Caltech)
A Europa Clipper, sonda da NASA, realizou em 1º de março um sobrevoo a apenas 550 milhas (884 km) da superfície de Marte, utilizando a gravidade do planeta para redirecionar sua trajetória rumo a Júpiter. Além de economizar combustível, essa manobra permitiu o primeiro teste completo de dois instrumentos científicos essenciais: um imageador térmico e um radar de penetração no gelo.
Lançada em outubro de 2024 a bordo de um SpaceX Falcon Heavy, a Europa Clipper segue um trajeto meticulosamente planejado para minimizar tempo e custos. Em dezembro de 2026, passará pela Terra para um segundo impulso gravitacional, o que lhe dará velocidade suficiente para alcançar Júpiter em abril de 2030. Sem essas assistências gravitacionais, a missão exigiria mais propelente e levaria muito mais tempo para chegar ao destino.
A Europa Clipper realizará uma manobra de assistência gravitacional ao passar por Marte em 1º de março e, no próximo ano, fará uma última manobra com a Terra antes de seguir para Júpiter. (NASA/JPL-Caltech)
O objetivo da sonda é estudar Europa, a lua gelada de Júpiter que abriga um oceano subterrâneo, potencialmente capaz de sustentar vida. Seu radar investigará a espessura da camada de gelo e suas interações com a água abaixo. Como suas antenas são grandes demais para terem sido completamente testadas na Terra, o sobrevoo de Marte foi a primeira oportunidade para verificá-las em ação.
Aproveitar a gravidade dos planetas para impulsionar espaçonaves é uma técnica consagrada, utilizada em missões como as Voyager, permitindo que sondas ganhem velocidade sem consumir combustível adicional. No caso da Europa Clipper, os engenheiros do JPL monitoram continuamente sua trajetória, realizando correções conforme necessário para garantir sua precisão.
Ao chegar ao sistema joviano, a Europa Clipper analisará a composição, geologia e estrutura interna de Europa, ajudando a responder uma das questões mais intrigantes da astrobiologia: poderá existir vida oculta sob o gelo?