ELT: o telescópio que poderá revelar vida em outros planetas

O Telescópio Extremamente Grande (ELT), em construção no norte do Chile, promete revolucionar a astronomia ao permitir a análise detalhada de exoplanetas próximos. Com tecnologia avançada e alta resolução, ele poderá identificar sinais de habitabilidade e, possivelmente, indícios de vida fora da Terra.
Com um espelho primário de 39 metros de diâmetro efetivo, o ELT coletará muito mais luz do que qualquer telescópio terrestre anterior, proporcionando imagens 16 vezes mais nítidas que as do Hubble. Previsto para entrar em operação em 2028, ele poderá analisar atmosferas de exoplanetas tanto por meio de trânsitos quanto pela luz refletida, algo inédito em telescópios terrestres.
Um estudo recente simulou sua capacidade de detectar diferentes moléculas atmosféricas em exoplanetas terrestres e sub-Netunos localizados até 10 parsecs da Terra, explorando bioassinaturas, marcadores de habitabilidade e possíveis falsos positivos. Os resultados sugerem que, para um dos alvos mais acessíveis, Proxima Centauri b, o ELT poderá descartar uma atmosfera do tipo sub-Netuno em apenas uma hora de observação.
Além disso, em condições ideais, poderá detectar desequilíbrios químicos compatíveis com atividade biológica, como as combinações O₂/CH₄ e CO₂/CH₄, em aproximadamente 10 horas. O telescópio também poderá ajudar a diferenciar atmosferas de mundos habitáveis e inabitáveis, identificando gases como CO e H₂O, que podem indicar processos abióticos responsáveis pelo acúmulo de oxigênio ou metano, reduzindo o risco de falsos positivos.
Embora existam incertezas sobre a eficácia dessas detecções para diferentes sistemas planetários, o ELT representa um enorme avanço na caracterização de atmosferas exoplanetárias. Nos próximos anos, ele poderá nos aproximar da resposta para uma das maiores questões da humanidade: estamos sozinhos no universo?
Mais informações: https://doi.org/10.48550/arXiv.2503.08592