Representação artística do Ariane 6. (ESA – D. Ducros)

O lançamento do foguete europeu Ariane 6 foi interrompido minutos antes da decolagem devido a uma “anomalia” identificada no solo. A missão, que já havia sofrido adiamentos anteriores, tinha como objetivo colocar em órbita um satélite militar francês. O cancelamento ocorre em um momento decisivo para a Europa, que busca independência no acesso ao espaço após a perda dos foguetes russos Soyuz em 2022 e a aposentadoria do Ariane 5 em 2023.

O evento ganhou ainda mais relevância diante da recente reaproximação entre os EUA e a Rússia sob a administração de Donald Trump. Diante desse cenário, autoridades europeias destacaram a importância de garantir autonomia espacial em meio à crescente concorrência com a SpaceX e outras potências.

Originalmente programado para dezembro de 2023, o lançamento do Ariane 6 já havia sido adiado para fevereiro e, posteriormente, para 3 de março. Agora, ainda não há uma nova data confirmada. A missão incluiria o envio do satélite CSO-3, que completaria uma rede de satélites militares franceses voltados à captação de imagens estratégicas. Por conta da natureza militar do projeto, medidas de segurança reforçadas foram implementadas no espaçoporto de Kourou, na Guiana Francesa.

A Europa enfrenta desafios crescentes no setor espacial, agravados pela paralisação do foguete Vega-C por dois anos, deixando o continente sem um lançador próprio por um período significativo. Enquanto isso, Estados Unidos e China continuam expandindo suas capacidades espaciais, tanto no setor comercial quanto militar.