Airbus será responsável pelo módulo de pouso da missão ExoMars, que levará o rover Rosalind Franklin a Marte

A Airbus foi escolhida pela Agência Espacial Europeia (ESA) e pela Thales Alenia Space (TAS) para desenvolver sistemas vitais para o módulo de pouso da missão ExoMars, que terá a missão de garantir a descida segura do rover Rosalind Franklin em Marte. Após uma viagem de entrada e descida pela atmosfera marciana, assistida por paraquedas, a plataforma de pouso da Airbus será responsável por assegurar um pouso seguro na superfície do planeta vermelho e por garantir a liberação do rover, que buscará respostas sobre a possibilidade de vida em Marte.

Kata Escott, Diretora Executiva da Airbus Defence and Space no Reino Unido, destacou o impacto histórico da missão: “Levar o rover Rosalind Franklin para a superfície de Marte é um desafio internacional de grande magnitude, resultado de mais de 20 anos de trabalho. Estamos extremamente orgulhosos de termos projetado o rover em nosso laboratório de Stevenage e de agora estarmos contribuindo para que ele chegue com segurança a Marte. A missão não só aumentará o conhecimento britânico em ciência espacial, mas também poderá revolucionar nossa compreensão do sistema solar.”

O Secretário de Tecnologia do Reino Unido, Peter Kyle, ressaltou o protagonismo britânico na missão: “A missão é um exemplo inspirador da ciência de ponta que o Reino Unido é capaz de produzir. A chegada do primeiro rover britânico em Marte nos aproximará da resposta para uma das maiores questões da humanidade: há vida em Marte? Além disso, o projeto impulsionará a economia britânica, gerando empregos altamente qualificados e investimentos no setor espacial.”

Sob o contrato com a TAS, a Airbus, em Stevenage, ficará responsável pelo desenvolvimento dos sistemas mecânicos, térmicos e de propulsão que irão garantir um pouso seguro em Marte em 2030. Esses sistemas incluem o complexo mecanismo de frenagem, com retrofoguetes, e o trem de pouso, que estabilizará o módulo ao tocar o solo. Além disso, duas rampas serão acionadas para permitir que o rover se desloque para a superfície com o menor risco possível.

Com uma vasta experiência no campo, a Airbus já projetou mais de 120 sistemas de propulsão para mais de 90 missões espaciais, incluindo sistemas químicos e elétricos, e está agora focada na precisão necessária para a missão ExoMars. O pouso exigirá uma desaceleração drástica, passando de 45 metros por segundo para menos de 3 metros por segundo antes do impacto, utilizando uma complexa operação de foguetes retrorreflexivos.

O desenvolvimento do rover Rosalind Franklin, inicialmente programado para lançamento em 2022, foi adiado devido ao contexto geopolítico entre a Rússia e a Ucrânia, mas a Airbus segue trabalhando com a TAS, ESA e NASA para garantir que o rover esteja pronto para sua missão. A empresa britânica também está colaborando para a integração de Unidades de Aquecimento Radioisotópico (RHUs) da NASA, que manterão o rover aquecido nas condições extremas de Marte, além de otimizar um novo software que permitirá ao rover se tornar autônomo rapidamente após o pouso.

O rover Rosalind Franklin tem como missão realizar uma das mais avançadas pesquisas já feitas em Marte, com foco na análise da composição do solo e da atmosfera para identificar possíveis sinais de vida, tanto passados quanto presentes. Equipado com um conjunto de ferramentas científicas, incluindo um perfurador capaz de chegar a até dois metros abaixo da superfície, o rover buscará amostras que possam ter preservado vestígios de vida microbiana. Além disso, o rover irá investigar a geologia do planeta e avaliar a habitabilidade de Marte, incluindo a análise de compostos orgânicos.

Com o lançamento programado para 2028 e a chegada esperada em 2030, o rover Rosalind Franklin promete transformar a exploração de Marte, respondendo a perguntas fundamentais sobre a história do planeta e sua capacidade de abrigar vida.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.