Startup pretende explorar Hélio-3 na Lua

A exploração da Lua está prestes a ganhar um novo capítulo com a Interlune, uma startup baseada em Seattle que pretende extrair hélio-3 (He-3) do regolito lunar. Esse isótopo raro do hélio, amplamente citado como um possível combustível para reatores de fusão nuclear, é extremamente valioso. No entanto, sua viabilidade econômica ainda depende de avanços tecnológicos e de um método eficiente para sua extração.

O He-3 está espalhado por toda a superfície lunar, depositado ao longo de bilhões de anos pelo vento solar. Isso significa que qualquer tentativa de mineração exigirá o processamento de imensas quantidades de regolito. A estratégia da Interlune foca na ilmenita, um mineral rico em dióxido de titânio e encontrado em grandes concentrações nos mares lunares. Regiões como essas já foram exploradas pelas missões Apollo, tornando-as locais ideais para futuras operações.

Para transformar essa ideia em realidade, a Interlune desenvolveu o Prospect Moon, um projeto que prevê o uso de um módulo de pouso lunar equipado com um sistema de coleta de regolito, um processador de He-3, um espectrômetro de massa e uma câmera multiespectral. A ideia é simples: pousar, extrair e analisar a presença de He-3, comprovando a viabilidade do conceito. Caso o teste seja bem-sucedido, poderá abrir caminho para operações comerciais de mineração na Lua.

Desde sua fundação em 2024, a Interlune já conquistou financiamento para testar sua tecnologia de processamento de regolito e recebeu apoio do Departamento de Energia dos EUA para expandir o suprimento de He-3. Além disso, obteve um investimento de US$ 18 milhões para impulsionar seus projetos. A startup também está recrutando engenheiros para fortalecer sua equipe e acelerar o desenvolvimento de suas tecnologias.

O Prospect Moon tem previsão de lançamento para 2027, um prazo ambicioso, considerando os desafios enfrentados por empresas privadas ao tentar pousar na Lua. Se a Interlune conseguir demonstrar que sua tecnologia é viável e financeiramente sustentável, poderá estar entre as pioneiras na mineração lunar, um setor que pode transformar o futuro da exploração espacial e da produção energética na Terra.

Se a mineração de He-3 se tornar uma realidade, o impacto será significativo tanto para a economia quanto para o avanço da fusão nuclear. No entanto, muitos desafios permanecem, desde a viabilidade técnica até os custos logísticos. Ainda assim, a Interlune está apostando alto que o futuro da energia pode estar enterrado sob a poeira lunar.

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