Pesquisa indica que galáxias quase invisíveis podem resolver mistério sobre a formação do universo: Novo estudo sugere presença de galáxias ocultas ao redor da Via Láctea

Pesquisadores da Universidade de Durham, no Reino Unido, apresentaram uma nova hipótese que pode mudar a forma como entendemos os arredores da nossa galáxia. Segundo o estudo, até cem galáxias muito pouco luminosas podem estar orbitando a Via Láctea, sem terem sido detectadas até agora.
Essas galáxias seriam extremamente pequenas e fracas, quase invisíveis aos equipamentos atuais. Elas teriam perdido boa parte de sua matéria escura, essencial para manter sua estrutura, devido à intensa força gravitacional da própria Via Láctea, tornando-se instáveis e difíceis de identificar.
Utilizando supercomputadores e modelos matemáticos atualizados, os astrônomos conseguiram prever a existência dessas estruturas apagadas. Embora o número atual de galáxias-satélites confirmadas seja de cerca de sessenta, os cálculos indicam que esse total deveria ser bem maior.
A principal teoria por trás da formação do universo, conhecida como Lambda-CDM, defende que a maior parte da matéria existente é invisível e que a maioria das galáxias é pequena, orbitando sistemas maiores. A ausência dessas galáxias nos dados observacionais sempre gerou dúvidas, agora parcialmente esclarecidas por essa nova previsão.
Essas galáxias ocultas estariam presentes o tempo todo, mas sua luminosidade extremamente baixa impede que sejam registradas pelos instrumentos usados até hoje. Elas são chamadas de galáxias fantasmas justamente por esse motivo: estão ali, mas não conseguimos vê-las.
Com a chegada de tecnologias mais avançadas, como o Observatório Vera C. Rubin, nos Estados Unidos, há a expectativa de que essas galáxias finalmente possam ser identificadas. O observatório já começou a registrar imagens do céu e pode, em breve, confirmar essa previsão.
Caso sejam observadas, essas estruturas vão oferecer pistas valiosas sobre a evolução do cosmos. Segundo a pesquisadora Isabel Santos-Santos, isso pode nos ajudar a entender como o universo se organizou ao longo do tempo e por que algumas galáxias se tornam praticamente invisíveis.